ADMOESTAÇÃO APÓSTOLICA
"VERITAS CUM CARITATE"
DE SUA SANTIDADE O
PAPA ANTÔNIO
PELA QUAL SE REPROVA OS
ESCÂNDALOS E AÇÕES DE MÁ FÉ
QUE COMPROMETEM A JUVENTUDE VIRTUAL DE MINECRAFT
ANTONIVS, EPISCOPVS
SERVVS SERVORVM DEI,
AD PERPETVAM REI MEMORIAM
Aos veneráveis irmãos clérigos de todo universo de Minecraft, e a todo povo de Deus, a quais destas letras tomarem ciência, saúde e bênção apostólica, da parte do Sucessor do Apóstolo Pedro.
1. Irmãos, sede sóbrios. Vigiai e orai, para não cairdes em tentação (cf. Mt 26,41). Estas palavras do Senhor, dirigidas aos discípulos na noite em que seria entregue, ecoam ainda hoje com poder profético. Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca — e não menos fraca é a carne daqueles que, em nome de Cristo, buscam domínio sobre os outros.
2. A Santa Igreja Católica, instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, é o Corpo Místico pelo qual Deus realiza sua obra de salvação no mundo. Ela é Una, Santa, Católica e Apostólica, e sua missão é clara: anunciar a Verdade com Caridade, em comunhão com a sucessão apostólica.
3. Multiplicam-se, nos ambientes digitais, projetos que se apresentam como obras de Deus, mas que escondem lógicas de dominação, exclusão, manipulação e vaidade. Fazem uso da fé para criar reinos próprios, onde só entra quem se submete — e quem questiona é tratado como traidor.
4. Apresentam-se como a única fonte de graça e formação para os jovens, sugerindo que fora de seus muros digitais não há nem autenticidade. Mas, justamente nestas comunidades que se proclamam puras, se escondem os escândalos mais graves, as corrupções mais sutis e os abusos mais perversos.
5. Com sofismas cuidadosamente elaborados, vendem a mentira disfarçada de zelo. Utilizam o título de “primeiros” para condenar os que vieram depois, como se a cronologia garantisse santidade. Fazem-se os guardiões da ortodoxia, mas rejeitam a caridade; erguem-se como sábios, mas desprezam a comunhão.
6. Pior: colocam-se acima da própria Igreja de Cristo, como se a Igreja universal — com seus bispos, teólogos, santos e mártires — fosse inferior à estrutura que criaram. Exigem submissão cega, impõem medos, sugerem que fora deles não há vida espiritual. E assim, transformam a fé em cárcere.
7. O maior escândalo, porém, não está nas palavras, mas nas ações: muitos dos que se apresentam como líderes, pastores, ou formadores — e até se dizem representantes da Igreja real — não vivem o que proclamam. Afastam os humildes, promovem os bajuladores, traem o Evangelho enquanto falam dele.
8. Em seu meio, o mérito é desconsiderado. Os cargos são definidos não por virtude, mas por amizade; não por discernimento, mas por conveniência. Substituem o Espírito por esquemas humanos. Quem serve de verdade, é esquecido; quem manipula, é elevado.
9. Forma-se um verdadeiro complô espiritual: indicações feitas por afinidade, votos trocados em segredo, decisões pautadas por estratégia e influência. O Evangelho vira pretexto. A evangelização, um palco. E a comunidade, uma corte de favoritismos.
10. Os fiéis que desejam sinceramente evangelizar, muitas vezes com enorme zelo e pureza de intenção, são marginalizados. São silenciados, ridicularizados ou ignorados por não jogarem o "jogo de poder". E então, os que mais servem são os que mais sofrem.
11. Hoje, Sexta-feira da Paixão, voltamos nosso olhar para o Cristo traído. Traído por Judas, vendido por trinta moedas, julgado por um Sinédrio hipócrita, abandonado por Pedro, crucificado por um povo manipulado. Sua Paixão não foi externa apenas: foi também interna, eclesial.
12. A dor de Jesus não foi causada apenas por pregos e espinhos, mas por mentiras, alianças, omissões e falsos julgamentos. Quem sofre hoje nos bastidores de comunidades espiritualmente opressoras, sabe o gosto amargo dessa mesma Cruz.
13. Jesus sabe o que é ser mal compreendido por religiosos. Sabe o que é ser abandonado por amigos próximos. Sabe o que é ver o Templo transformado em covil. Sabe o que é amar até o fim e receber em troca o silêncio e o escárnio.
14. Por isso, a todos os que hoje choram no silêncio de seus servidores, microfones e câmeras desligadas; aos que carregam o peso de humilhações, exclusões e promessas quebradas: Cristo vos vê. Cristo vos escuta. Cristo está convosco.
15. O Ressuscitado não apareceu primeiro aos fariseus, nem aos doutores, nem aos que falavam bonito nos púlpitos. Ele apareceu a Maria Madalena — mulher, ex-possuída, marginalizada. Apareceu aos discípulos em fuga. Ressuscitou não para exaltar os poderosos, mas para consolar os fiéis.
16. A Ressurreição é a resposta de Deus aos sistemas de opressão. E ela continua acontecendo onde há humildade, verdade, amor e serviço silencioso. Cada fiel que permanece de pé, mesmo esmagado, é um sinal de que o Reino não foi vencido.
17. Sai, pois, do medo, tu que sofres. Não te cales diante do abuso espiritual. Não aceites que te digam que “só ali” está Deus. Ele está onde há verdade. E onde há verdade, há liberdade (cf. Jo 8,32). Busca a Igreja de Cristo em sua totalidade — e não nos castelos dos orgulhosos.
18. Em nome do Senhor, rogamos: libertai-vos desses grilhões. Buscai formação, sacramentos, direção espiritual verdadeira. Denunciai, se necessário. E perdoai, pois é disso que provém o amor.
19. A Santa Igreja não é perfeita — mas é santa em sua origem e destino. Não vos escandalizeis com os que abusam de sua linguagem para dominar. Eles passarão. Mas o Corpo de Cristo permanece.
20. Irmãos, sede sóbrios. Vigiai e orai. E se fordes perseguidos por causa do Evangelho, lembrai-vos: o mesmo fizeram com os profetas, com os santos, e com o próprio Senhor. A última palavra não será da mentira, mas da Verdade. Não será do poder, mas do Amor.
Dado e Passado em Roma, junto a São Pedro, aos dezoito dias do mês de Abril, na Celebração da Paixão do Senhor, do ano jubilar do Senhor de 2025, segundo de nosso pontificado.
✠ Antonius, Pp.
Pontifex Maximvs
