“Deus é rico em misericórdia” (Ef 2,4) A Igreja, como mãe amorosa, nunca cessa de buscar o retorno de seus filhos ao convívio pleno da graça divina. Em sua infinita sabedoria, o Senhor nos ensina que a justiça e a misericórdia não são opostas, mas complementares, sendo a misericórdia a expressão mais sublime de Seu amor por nós.
Nosso Senhor Jesus Cristo, na cruz, pediu ao Pai que perdoasse seus algozes, demonstrando que, mesmo diante do erro e do pecado, o coração de Deus anseia por restaurar os laços rompidos pela transgressão. O mesmo deve ser o espírito que guia nossa missão pastoral: corrigir com firmeza, mas sempre com o olhar voltado para a reconciliação.
Foi com grande alegria e esperança que recebemos o sinal do Espírito Santo na manifestação de arrependimento dos irmãos Miguel Silva e Cauê Vinicíus. Seu desejo de retornar à comunhão é um testemunho de que a graça de Deus atua poderosamente em nossas vidas, mesmo quando nos afastamos do caminho reto.
Portanto, em virtude da autoridade a mim conferida pelo Santo Padre, O Papa Antônio, e pela vontade do mesmo, como tal em conformidade com os ensinamentos da Igreja, DECIDIMOS:
Revogar, com efeito imediato, a pena de excomunhão ipso facto anteriormente decretada contra Miguel Silva e Cauê Vinicíus.
Declarar restabelecida a plena comunhão dos mencionados irmãos com a Santa Igreja, assegurando-lhes todos os direitos e deveres próprios de membros do Corpo de Cristo.
Reintegrá-los ao convívio clerical e às suas funções pastorais, condicionados ao acompanhamento espiritual necessário para seu fortalecimento na fé e na obediência à Santa Igreja.
Conclamamos toda a comunidade eclesial a acolher esses irmãos com alegria e espírito fraterno, compreendendo que sua volta é um triunfo da misericórdia divina sobre as fragilidades humanas. Que sejamos todos sinais vivos dessa mesma misericórdia, lembrando-nos das palavras de São Paulo: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, benignidade, humildade, mansidão e paciência” (Cl 3,12).
Unidos em oração, elevemos a Deus um canto de ação de graças por esta reconciliação, suplicando que continue a guiar nossos passos na verdade e na santidade.
Dom Carlos Henrique Forgione
Prefeito do Dicastério para o Clero