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Carta aos Bispos do Brasil | Dicastério para os Bispos

DOM VINICIUS ALEXANDRE RICCIARELI
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
TITULAR DE PATINUS
NÚNCIO APOSTÓLICO DO BRASIL
PREFEITO DO DICASTÉRIO PARA OS BISPOS

A Todos que esta carta lerem, ouvirem ou tomarem conhecimento, saúde e bênção apostólica.

1. Os Bispos governam as igrejas particulares que lhes foram confiadas como vigários e legados de Cristo, por meio de conselhos, persuasões, exemplos, mas também com autoridade e poder sagrado, que exercem unicamente para edificar o próprio rebanho na verdade e na santidade, lembrados de que aquele que é maior se deve fazer como o menor, e o que preside como aquele que serve (cfr. Luc. 22, 26-27). Este poder que exercem pessoalmente em nome de Cristo, é próprio, ordinário e imediato, embora o seu exercício seja superiormente regulado pela suprema autoridade da Igreja e possa ser circunscrito dentro de certos limites para utilidade da Igreja ou dos fiéis. Por virtude deste poder, têm os Bispos o sagrado direito e o dever, perante o Senhor, de promulgar leis para os seus súbditos, de julgar e de orientar todas as coisas que pertencem à ordenação do culto e do apostolado.

2. A eles (bispos) é confiado em plenitude o encargo pastoral, isto é, o cuidado quotidiano e habitual das próprias ovelhas; nem devem ser tidos por vigários dos Romanos Pontífices, uma vez que exercem uma autoridade própria e com toda a verdade são chamados antístites dos povos que governam. O seu poder não é, pois, diminuído pela autoridade suprema e universal, mas antes, pelo contrário, é por ela assegurado, fortificado e defendido, dado que o Espírito Santo conserva indefectivelmente a forma de governo estabelecida por Cristo Nosso Senhor na Igreja.

    O Episcopado deste areópago esteve reunido no vigésimo segundo dia de janeiro do corrente ano, em uma assembleia privada com o nosso Santo Padre, o Papa Antônio, para deliberar sobre matérias inerentes à totalidade da esfera minecraftiana neste prelúdio do pontificado, desde modificações orientadas à igreja específica brasileira até o que poderia ser acrescido em nossa jornada com o intuito de incessantemente aprimorar este nosso inabalável anseio de difundir o conhecimento, o afeto e a veneração por Nosso Senhor Jesus Cristo. Cumpre ressaltar o esforço e a dedicação que os mesmos devem alardear, razão pela qual, em nossa ordenação, ouvimos: "aceita este anel, símbolo da lealdade; e com fidelidade inabalável, conserva imaculada a Igreja sem mancha, consorte de Deus" (Pontifical Romano, Rito de Sagração Episcopal). Ao preservar esta Igreja, sem mácula, é-lhe requerido o máximo zelo, solenidade, compromisso e principalmente, seriedade. Com o fito de desempenhar tal função, são-lhe designados colaboradores, prelados coadjutores, presbíteros, diáconos e toda a comunidade, os quais, unidos a ele, constituem um único rebanho e são o corpo daquela igreja específica, cuja cabeça invisível, mística, é Cristo, tendo como cabeça visível o prelado, sumo pastor daquele rebanho peculiar.

    Com isso, o bispo, por imperativo de sua função, deve consubstanciar-se como paradigma para aqueles que estão sob sua tutela, pois é ele, por intermédio de suas ações, que confere santidade, orienta e exorta o povo de Deus na senda que conduz ao redil do Supremo e Eterno Pastor. A fim de desempenhar com êxito tal missão, torna-se imprescindível um comprometimento de índole verdadeiramente inalienável. Ressalta-se, com pertinência, que não nos situamos em um cenário ludopédio, mas, sim, em um apostolado que alberga o fervoroso anseio de fomentar vocações por meio do Minecraft (portanto, não uma brincadeira). Ademais, é notório que o espírito anelante, subjacente a esta mensagem salvífica, não se circunscreva unicamente ao âmbito virtual, mas, sim, alcance a realidade de numerosos jovens presentes, ainda destituídos do contato com o Cristo. Foi mediante homens imbuídos do espírito resignado no Senhor que teve início esta obra de missão. Portanto, é importantíssimo que não nos resignemos à concepção de que o Santo Espírito não atua por nosso intermédio na edificação da Igreja, pois, insofismavelmente, Ele opera.

    Tendo em vista isso, devemos saber discernir, portanto, os momentos em que devemos manter a lisura. O bispo deve, sempre que se fizer presente nas dependências de nossa igreja particular e exercendo sua função,  ser "um homem de responsabilidades," que tenha consciência quanto aos atos que pratica voluntariamente, ou seja, que consiga saber antes de agir as consequências de sua vontade e se impor perante as circunstâncias. Demonstrar isso para com os subordinados não é se sobrepujar; pelo contrário, mas sim dar continuidade a forma com que o próprio Cristo pediu para que fizéssemos as coisas (cf. 1 Cor. 14, 40).

    Com essa carta, espero que possamos ter esclarecido e deixado de forma objetiva que oque nós fazemos aqui, seja de forma particular ou de forma conjunta, requer discernimento acerca dos momentos em que podemos descontrair-nos e nos momentos em que devemos manter a sacralidade.

    Sem mais, despeço-me rogando a Santíssima Virgem Maria para que, com sua poderosa ação, nos ajude a prosperar cada vez mais no âmbito de regência de nossa messe, principalmente em nosso início de pontificado em que somos chamados a nos dedicar incessantemente. 

Dado e passado em Roma, na Prefeitura da Congregação para os Bispos, aos vinte e três dias do mês de janeiro do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2024, na memória de São Francisco Sales.


+ Dom Vinicius Alexandre Ricciareli
Prefeito


1| Paulo VI, Const. Dogm. LUMEN GENTIUM, 27 (94 96)
2| São João Paulo II, Const. Apost. PASTOR BONUS